Em quais esportes o Brasil mais conquistou medalhas

Vôlei, 23 medalhas
As gerações marcantes do vôlei são um patrimônio do esporte brasileiro na história das Olimpíadas. Tudo começou com a Geração de Prata, em 1984, de Renan e Montanaro (foto) e do inesquecível saque “Jornada nas Estrelas” de Bernard.

Foi este time que abriu as portas do esporte e serviu de inspiração para quem faria o vôlei deslanchar nas décadas seguintes, como lembra o hoje técnico Bernardinho, que estava em quadra. “Foi quando o voleibol se abriu para a população brasileira. Deixou de ser uma coisa meio de elite, meio fechada, para realmente atingir o grande público, a grande massa de praticantes e seguidores”, disse em um programa de TV em 2011.

Com o tempo o Brasil foi crescendo no esporte, até se tornar e se manter como uma das principais forças ainda hoje. O mesmo vale para o vôlei de praia, ainda que na areia os brasileiros já não polarizem as conquistas com os EUA, como já aconteceu.

Judô, 22 medalhas
O Brasil vai muito bem também no esporte que melhor explica a relação com o Japão, país-sede da atual Olimpíada: já são nove edições seguidas com pelo menos uma medalha conquistada no judô, e a sequência pode muito bem aumentar em Tóquio.

O primeiro medalhista foi justamente um japonês naturalizado brasileiro, Chiaki Ishii, que foi bronze dos meio-pesados em Munique-1972. O Brasil voltou a ganhar em Los Angeles-1984 (três medalhas), depois a sequência oscilou um pouco até chegar ao auge com quatro pódios em Londres-2012. No Rio de Janeiro foram três: Rafaela Silva (ouro), Mayra Aguiar e Rafael “Baby” Silva (ambos bronze).

Vela, 18 medalhas
Dez por cento das medalhas conquistadas pelo Brasil na história das Olimpíadas têm o sobrenome carimbado de Grael ou Scheidt. Torben Grael e Robert Scheidt têm cinco medalhas cada; um deles se aposentou e passou o bastão para a filha; o outro segue na ativa e está na Tóquio-2020.

Torben se tornou bicampeão olímpico e faturou outras três medalhas de Los Angeles-1984 até Atenas-2004, mesmo período em que seu irmão Lars também esteve em dois pódios. Agora é a vez da segunda geração: Martine Grael já foi ouro com Kahena Kunze na classe 49er FX da Rio-2016, e a dupla busca o bicampeonato em Tóquio.

Já Robert Scheidt segue como atleta olímpico. Ele ganhou medalhas em cinco edições seguidas, de Atlanta-1996 a Londres-2012, incluindo um bicampeonato, e aos 48 anos está em Tóquio para tentar surpreender os favoritos da classe laser.

Atletismo, 15 medalhas
O bicampeonato de Adhemar Ferreira da Silva (foto) no salto triplo, em Helsinque-1952 e Melbourne-1956, abriu caminho para o sucesso do Brasil no atletismo das Olimpíadas. As provas de salto e de velocidade foram as modalidades que mais contribuíram para o quadro de medalhas brasileiro, e só Vanderlei Cordeiro de Lima subiu ao pódio em outra modalidade.

Ele liderava com folga a maratona de Atenas-2004, a mais simbólica das provas olímpicas, quando a sete quilômetros do final foi atacado por um homem e empurrado para fora da pista. Voltou ainda na liderança, mas o susto e a quebra de ritmo eventualmente o derrubaram para o terceiro lugar. Não fez mal: o bronze valeu ouro e uma honraria ainda mais importante, a medalha Pierre de Coubertin.